Arquiteto Danilo Corbas tinha como foco para o projeto de sua própria residência o uso de materiais reciclados, construção limpa e conforto termoacústico
Até o dia 19 de junho, o arquiteto Danilo Corbas deixa abertas as portas de sua nova residência para visitação: a Casa Container. Inaugurada no início de maio, após sete meses de construção, a casa com 196 m² de área útil foi construída com quatro contêineres marítimos inutilizados, adaptados para abrigar três quartos, sala de estar, sala de jantar e cozinha gourmet integradas, escritório, três banheiros, área de serviço, garagem e varandas.
Para a área da escada foi utilizado steel-frame |
Os quatro contêineres formam a estrutura da casa, sendo dois dispostos no pavimento inferior e outros dois dispostos perpendicularmente sobre os primeiros, formando o pavimento superior. Segundo o arquiteto, seu objetivo era reciclar materiais e evitar a utilização de areia, tijolo, cimento, água e ferro para a estrutura, tornando o canteiro de obras mais limpo.
O projeto previa uma terraplanagem suave do terreno, utilizando sistema de compensação entre corte (50 cm) e aterro (até 80 cm), para deixar um único platô quase em sua cota original. Os serviços de terraplanagem e limpeza do terreno foram executados em um dia.
Para a fundação da casa, foram utilizadas sapatas isoladas nas extremidades dos contêineres e sob as colunas de reforço, colocadas para aguentar os contêineres superiores. De acordo com Corbas, pelo peso da construção, de 18 t (4,5 t por contêiner), não foi necessária a colocação de ferragens nas sapatas, trabalhando basicamente o esforço de compressão.
O isolamento termoacústico do contêiner formado por chapas de aço foi um dos quesitos que exigiu maior atenção do projetista. A lã PET e o drywall foram empregados para o isolamento das paredes, enquanto no teto foram utilizadas telhas térmicas com uma camada de poliuretano, juntamente com lã mineral basáltica.
O principal objetivo da casa era ser sustentável. Para isso, o arquiteto introduziu itens como sistema de reuso de água pluvial, ventilação cruzada nos ambientes, telhado verde, telhas brancas, iluminação em LED, sistema de aquecimento solar e uso de salamandra para aquecimento. A iluminação natural também faz parte do projeto: o vão formado entre os dois contêineres inferiores foi fechado com vidro, além de janelas basculantes, instaladas por toda a casa.
"Nós, arquitetos e engenheiros, temos a responsabilidade de transformar os atuais conceitos da construção civil, das técnicas construtivas e da arquitetura para que não estejamos tão a mercê dos interesses exclusivamente econômicos. Temos que priorizar a qualidade, transformar o mercado para que ofereça uma arquitetura perene, livre de modismos. Isso é sustentabilidade", disse Corbas.
Detalhes da casa durante a obra |
Interior foi revestido com drywall e lã PET |
Detalhe da casa antes da pintura |
Fachada da casa |
Fonte: piniweb.com.br
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